09/06/2011

Coração de Jesus e o coração do homem


O coração de Jesus

O coração de Jesus é o Coração de Deus, por isto é o coração único e sublime. Quem pode compreendê-lo?

Reflitamos:aquele Coração foi formado pelo Espírito Santo, foi feito no seio da Virgem Maria, foi alimentado com a carne puríssima e o sangue virginal de Maria. Aquele Coração cultivou a Caridade Divina mais ilimitada e ardente em amar a Deus Pai, em amar as criaturas. Aquele coração foi justamente definido “Rei e Centro de todos os corações”, “abismo de todas as virtudes”, “ fonte de toda consolação”.

Que alegria e palpitações, que trabalhos e tristezas terão atravessado o Coração de Jesus? Pensemos no desígnio de Deus que abraça a Humanidade e a criação, a resumir em Cristo e, pensemos no mundo de acontecimentos felizes e tristes que enchem a vida de cada ser. O Coração de Jesus é Coração Divino, é coração cósmico, é coração universal. Registra cada movimento, mesmo imperceptível, de cada coração e de cada coisa: nada lhe pode fugir, porque “todas as coisas têm nEle a própria consistência” (col 1,17).

À sua discípula predileta, Santa Margarida Maria Alacoque, Jesus dirá desde a primeira aparição: “O Meu Divino Coração é assim apaixonado de amor pelos homens, que não mais podendo conter em Si as chamas da Sua ardente Caridade, as que propagar...”

O coração de Jesus nos ama e deseja o nosso amor. É pelo nosso amor que Ele Se fez imolar: ou seja, para ter o nosso amor. E “a essência da Devoção ao Sagrado Coração – já ensinava Paulo VI - consiste em considerar e honrar, na imagem simbólica do Coração, o Imenso Amor, cheio de ternura, do nosso Redentor”.

Amar o Coração de Jesus, significa responder à exigência primária do Amor de Jesus, significa amar o Amor de Jesus, retribuindo- O com o nosso amor, pelo qual Ele morreu.

Por isso, São Francisco de Assis rezava esplendidamente dizendo a Jesus: “Eu morro pelo amor do te amor, como tu te dignaste de morrer pelo amor do meu amor”.


O Coração do Homem

No sentido bíblico, o coração do homem é o centro vital do homem, o centro vital, físico e espiritual. Afetos e pensamentos, desejos e vontades “sobem do coração” (Is 63,17).

Se pode dizer que carne e espírito confluem no coração do homem, tornando-o centro unitário de todo o homem.

Mas o homem desequilibrou-se com o pecado original, e continua a desequilibrar-se ainda mais com os pecados pessoais, tornando-se uma mistura de bem e de mal, talentos e defeitos, de virtudes e de vícios, de paixões nobres e ignóbeis, de altas aspirações e de vergonhosos desejos carnais.

Toda esta realidade, tem o seu ponto de encontro no coração do homem, é como se fosse recolhida e “bombeada” ao par do sangue que chega e parte do coração em círculo vital para todo o organismo.

Por isso do coração do homem parte todo bem e todo mal. O próprio Jesus disse: “Bem-aventurados os puros de coração...”(Mt 5,8), disse também estas terríveis palavras sobre o coração do homem: “Do coração surgem os maus pensamentos, os assassínios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmios” (Mt 15,19).

O coração do homem deve ser restaurado. Nele deve morar Deus. Jesus veio para isso à terra: reportar o Reino de Deus dentro de nós. Ele trouxe a Boa Nova, o Seu Evangelho para o imprimir no coração do homem. Já o dizia pela boca do profeta Jeremias:”Imprimirei a minha lei nos corações deles” (Jer 31,33). E São José de Leonissa, um Santo franciscano, comentava este versículo, dizendo: “Então, cada cristão deve ser um livro vivente, onde se possa ler a doutrina evangélica”. Assim dizia São Paulo aos Coríntios:”Sóis a nossa carta, escrita não com a tinta, mas com o Espírito de Deus vivo através do nosso ministério, não em tábuas de pedra, mas sobre as tábuas de carne no coração”.

A folha é o nosso coração, quem escreve é o Espírito Santo através do meu ministério. Mas como se pode escrever em uma página já escrita? Se não se apaga o escrito precedente, não se pode escrever de novo.

No vosso coração está a escrita a avareza, a prepotência, a luxúria e os outros vícios. Como poderemos escrever a humildade, a honestidade, e as outras virtudes, se os precedentes vícios não forem cancelados?

Um modelo esplêndido de restauração do coração do homem foi São Francisco de Assis. Não somos nós a propô-lo, mas o mesmo Jesus, que disse a Santa Margarida Maria, indicando-lhe o Seráfico Pobrezinho: “Eis o Santo mais próximo ao Meu Coração”. Tão humano e tão sublime, São Francisco de Assis nos faz entender que maravilhosa realidade seja a transformação do nosso coração no amor apaixonado a Jesus e no amor transfigurado a todas as criaturas. Eis como se deve tornar o coração do homem: um coração novo, todo amor, humildade, paciência, doçura, força, sacrifício...

O coração de Jesus queria nô-lo conceder neste santo mês.


Trecho do livro Coração de Jesus, Coração do homem. Pe. Stefano Maria Manelli, Ed. Serviço de Animação Eucarística Mariana, Anápolis- GO, 2000.




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