31/10/2011

Quero dizer meu sim, como tu, Maria.


A caridade tem se esfriado cada dia mais, os homens estão sempre mais cruéis e impiedosos, aumenta-se a cultura do mau-caratismo, onde as pessoas querem tirar vantagem em tudo e de todos. Como não se influenciar com o maldade do que está ao nosso redor?

Através da oração. Não ficaremos totalmente imunes, mas seremos fortalecidos e  amorizados.

Sozinhos não poderemos nada, precisamos recorrer a intercessão da Virgem Maria, na qual a devoção a ela se torna urgente para quem quer ser um cristão autêntico e obediente à vontade de Deus. E quem melhor conhece a vontade de Jesus?

Quando o anjo anunciou a Maria que seria a mãe do salvador, ela simplesmente perguntou como iria se daria isto, e confiantemente disse “sim” sem questionar as coisas que deixaria de viver em sua vida, os riscos na qual poderia passar e o que receberia em troca. Se fez escrava do Senhor, e por isso Deus se tornou rainha dos céus (Apocalipse 12,1). E só quem foi escrava totalmente sabe como nos ensinar a nos dar gratuitamente a Deus.

Quando soube que sua prima Isabel estava gestante não hesitou e prontamente foi cuidar de sua parenta que já na velhice iria conceber um filho. Com muita pressa, segundo as escrituras (Lucas 1,39), sem pensar que precisaria de repouso por causa de sua gestação, ou por ser a mãe do Senhor não poderia se rebaixar a prestar serviços de casa a alguém, ela como uma boa serva cumpriu seu papel de cristã. Que melhor modelo de caridade para com o próximo?

Numa festa de casamento Maria com muito atenção e carinho percebeu que os noivos passariam um grande vexame diante dos convidados por causa do vinho que estava prestes a acabar (João 2,3), e confiantemente foi a Jesus pedir que lhe fizesse algo, ela que acreditava que para Deus nenhuma coisa seria impossível, fez com que Jesus realizasse seu primeiro milagre, mesmo não sendo sua hora à pedido sua mãe amada ele a atendeu. A quem melhor recorrer se não a mãe de Jesus, o qual foi confiado tão grande amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo?

Assim pois meus queridos irmãos, nossa madre igreja nos revela esse tesouro maravilhoso que é Nossa Senhora, tanto como modelo quanto medianeira de todas as graças. Quem teve maior fé, quem foi tão fiel como serva, e quem teve tão poderosa intercessão ao ponto de mudar os planos de Deus se não Maria.

Não tenha medo de se achegar a Maria pensando estar colocando-a no lugar de Jesus, pois tudo que ela recebe imediatamente remete ao seu filho. Não guarda nada para si, porque a alegria de seu coração é ver seu filho amado, glorificado e adorado. Aprendamos com ela como melhor agradar ao nosso Bom Deus.

Se você não sabe como começar esta amizade, esta adoção maternal tornando-se filho de Maria, procure rezar o rosário ou pelo menos o terço todos os dias, e deixe que ela mesma com a divina providência, mostre pouco a pouco tudo que lhe for necessário.

Reze nesse instante com fé e amor, esta pequena consagração:

Ó minha Senhora. Ó minha Mãe, eu me ofereço todo a vós, e em prova da minha devoção para convosco, vos consagro neste dia: meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração, inteiramente todo o meu ser, e porque assim sou vosso ó incomparável Mãe, guardai-me, defendei-me, como coisa e propriedade vossa. Amém.

E para pedir a benção a Maria, pode ser rezada várias vezes durante o dia:

Ó doce Senhora minha, dai-nos a Vossa benção para não cairmos em tentação, pois toda feliz sorte está Maria em Vossa Mãos. Fazei Senhora que consigamos vossos filhos uma boa morte, a benção do Pai, o amor do Filho e a graça do Espírito Santo, estejam conosco agora e para sempre. Amém

Louvado seja o Coração de Jesus
Para sempre no coração de Maria
Com Vosso Filho, ó Mãe pia
Abençoai-nos ó Virgem Maria.



Graça Dantas

Reze conosco o terço da Divina Misericórdia às 15 horas

Palestra: A obediência é o caminho da salvação

Monsenhor Jonas Abib


28/10/2011

Carta do Papa João Paulo II sobre a verdadeira devoção à Maria

4ª Parte



A santidade perfeição da caridade

6. A Constituição Lumen gentium recita ainda:  "Mas, ao passo que, na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria (cf. Ef 5, 27), os fiéis ainda têm de trabalhar por vencer o pecado e crescer na santidade; e por isso levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre toda a família dos eleitos" (n. 65). A santidade é perfeição da caridade, daquele amor a Deus e ao próximo que é o objecto do maior mandamento de Jesus (cf. Mt 22, 38), e é também o maior dom do Espírito Santo (cf. 1 Cor 13, 13). Assim, nos seus Cânticos, São Luís Maria apresenta sucessivamente aos fiéis a excelência da caridade (Cântico 5), a luz da fé (Cântico 6) e a firmeza na esperança (Cântico 7).

Na espiritualidade monfortina, o dinamismo da caridade é expresso especialmente através do símbolo da escravidão do amor a Jesus a exemplo e com a ajuda materna de Maria. Trata-se da comunhão plena na kenosis de Cristo; comunhão vivida com Maria, intimamente presente nos mistérios da vida do Filho. "Não há nada entre os cristãos que faça pertencer de maneira mais absoluta a Jesus Cristo e à sua Santa Mãe como a escravidão da vontade, segundo o exemplo do próprio Jesus Cristo, que assumiu as condição de escravo por amor a nós formam servi accipiens e da Santa Virgem, que se considerou serva e escrava do Senhor. O apóstolo honra-se do título de servus Christi. Várias vezes, na Sagrada Escritura, os cristãos são chamados servi Christi" (Tratado sobre a verdadeira devoção, 72). De facto, o Filho de Deus, que veio ao mundo em obediência ao Pai na Encarnação (cf. Hb 10, 7), humilhou-se depois fazendo-se obediente até à morte, e morte de Cruz (cf. Fl 2, 7-8). Maria correspondeu à vontade de Deus com o dom total de si, corpo e alma, para sempre, desde a Anunciação até à Cruz, e da Cruz até à Assunção.

Certamente, entre a obediência de Cristo e a obediência de Maria existe uma assimetria determinada pela diferença ontológica entre a Pessoa divina do Filho e a pessoa humana de Maria, do que deriva também a exclusividade da eficiência salvífica fontal da obediência de Cristo, da qual a sua própria Mãe recebeu a graça para poder obedecer de modo total a Deus e assim colaborar com a missão do seu Filho.

Por conseguinte, a escravidão de amor deve ser interpretada à luz do admirável intercâmbio entre Deus e a humanidade no mistério do Verbo encarnado. É um verdadeiro intercâmbio de amor entre Deus e a sua criatura na reciprocidade da doação total de si. "O espírito desta devoção... é tornar a alma interiormente dependente e escrava da Santíssima Virgem e de Jesus por meio dela" (Segredo de Maria, 44). Paradoxalmente, este "vínculo de caridade", esta "escravidão de amor" torna o homem plenamente livre, com a verdadeira liberdade dos filhos de Deus (cf. Tratado sobre a verdadeira devoção, 169). Trata-se de se entregar totalmente a Jesus, respondendo ao Amor com que Ele nos amou primeiro. Qualquer pessoa que viver neste amor pode dizer como São Paulo:  "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20).