08/03/2011

Mensagem do Papa para esta Quaresma

Visite o link sobre notícias do Santo Padre o  Papa Bento XVI e veja a mensagem deixada para toda igreja sobre esta Quaresma.

Nosso melhor para Deus

 

“Caim ofereceu frutos da terra em oblação ao Senhor. Abel, do seu lado, ofereceu dos primogênitos do seu rebanho e das gorduras dele; e o Senhor olhou com agrado para Abel e para sua oblação, mas não olhou para Caim, nem para seus dons.” Gênesis 4,3b-5a.

Caim não ofereceu as suas primícias ao Senhor. Com mesquinhez ofereceu o que tinha de menos bom. O seu apego as coisas materiais, a falta de confiança na providência dAquele de onde provém todas as coisas, o fez fechar o seu coração à comunhão com Deus. E a partir daí seu coração deu abertura ao mal, do seu egoísmo, veio o ciúme, o ódio ao seu irmão, e dessa forma, não podia mais ouvir a Deus. Mas somente o mal. Não reconhecendo seu próprio irmão, o matou. Na maioria das vezes, não damos o nosso melhor para Deus, damos o que sobra, tanto do nosso tempo como das coisas materiais. Sabemos que Deus merece o melhor do nosso tempo, merece o melhor do nosso trabalho, merece o nosso “primeiro amor”. O Senhor não quer o nosso dinheiro, não quer coisas materiais, mas sim nossas primícias. Que quer dizer, nosso zelo em honrar o seu amor. Ele tudo pode, e dEle é que recebemos todas as coisas, e tudo está em suas mãos, Ele dá o seu amor e tem um amor zeloso por nós.

“ Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício bem superior ao de Caim, e mereceu ser chamado justo.” Hebreus 11,4

Fé é atitude, não é sentimento, não é arrepio, não é mágica. É prática. Porque eu acredito, então faço. Porque acredito, obedeço. A fé consiste em acreditar em algo que ainda não se pode ver. Nossa fé não pode ser pequena, mesquinha, porque temos um Deus infinito, um Deus que é grande em amor e misericórdia. Devemos nos doar aos irmãos, à igreja. Seja com uma palavra, seja com um sorriso. Se doar, como fala o Senhor, sem esperar receber. Ser fiel no compromisso da igreja, trabalhando com fidelidade, fazendo o melhor, na obediência e amor com os irmãos. Devemos pagar o nosso dízimo não como uma dívida, mas com fé. O Senhor nos faz uma promessa muito linda: “Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência – diz o Senhor dos exércitos – e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha benção sobre vós muito além do necessário” Malaquias 3,10

Não façamos como Caim, que desprezando o amor de Deus, não soube retribuir. Sejamos agradecidos como Abel, e seremos chamados justos.

sagradocoracao.curado@gmail.com









05/03/2011

"Cada pecado é uma renovação da crucifixão do Filho de Deus"


Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Não é sem razão mística que a Igreja propõe hoje à nossa meditação, Jesus Cristo predizendo a sua dolorosa Paixão. Deseja a nossa boa Mãe que nós, seus filhos, nos unamos a ela na compaixão de seu divino Esposo, e o consolemos com os nossos obséquios; porquanto, os pecadores, nestes dias mais do que em outros tempos, lhe renovam os ultrajes descritos no Evangelho. Nestes tristes dias os cristãos, e quiçá entre eles alguns dos mais favorecidos, trairão, como Judas, o seu divino Mestre e o entregarão nas mãos do demônio. Eles o trairão já não às ocultas, senão nas praças e vias públicas, fazendo ostentação de sua traição! Eles o trairão, não por trinta dinheiros, mas por coisas mais vis ainda: pela satisfação de uma paixão, por um torpe prazer e por um divertimento momentâneo. Uma das baixezas mais infames que Jesus Cristo sofreu em sua Paixão, foi que os soldados lhe vendaram os olhos e, como se ele nada visse, o cobriram de escarros, e lhe deram bofetadas, dizendo: Profetiza agora, Cristo, quem te bateu? Ah, meu Senhor! Quantas vezes esses mesmos ignominiosos tormentos não Vos são de novo infligidos nestes dias de extravagância diabólica? Pessoas que se cobrem o rosto com uma máscara, como se Deus assim não pudesse reconhecê-las, não têm vergonha de vomitar em qualquer parte palavras obscenas, cantigas licenciosas, até blasfêmias execráveis contra o Santo Nome de Deus. Sim, pois se, segundo a palavra do Apóstolo, cada pecado é uma renovação da crucifixão do Filho de Deus. Nestes dias Jesus será crucificado centenas e milhares de vezes” (Meditações).

Fonte: Regina Apostulorum

04/03/2011

Quaresma - Tempo de ir ao deserto com Jesus


Na próxima Quarta-feira estamos iniciando o tempo mais importante da fé Cristã, a Quaresma. Neste tempo celebraremos a morte e logo após, a  ressurreição do Senhor com a Páscoa. Porque Jesus ressuscitou podemos crer no amanhã, porque Ele vive podemos esperar na vida eterna, nisto consiste nossa fé. Iniciaremos o tempo de penitência, de meditação e aprofundamento para o crescimento espirtitual de toda igreja. Muitos se perguntam, mas se Cristo ressuscitou, porque este tempo triste? Não se coloca flores na igreja,  nem cantos alegres... A igreja é mãe, e como toda mãe também é professora, nos leva a olhar de perto o sofrimento que o Senhor passou por nós, e nos convida a experimentar o deserto, não para nos levar a tristeza mas a refletir que a figura deste mundo passa e devemos voltar nossos olhos e corações ao alto, às coisas que não passam. Tudo passa, mas Deus não passará. Que nossa consciência nos leve a dar um basta a vida morna na fé, porque fé é atitude e não sentimento. Se queremos saber se temos fé, analisemos nossas atitudes nos questionando se somos obedientes à palavra de Deus,  se estamos em comunhão com a fé que professamos, se estamos testemunhando com nossas palavras, gestos e até mesmo o modo como nos vestimos e nos comportamos. Tudo isto leva aos que estão em nossa volta enchergar o Cristo vivo. Deixo aqui este questionamento: Jesus Cristo está vivo em sua vida, você deixa transparecer a ressurreição de Cristo ao ponto de ser sinal, sal e luz como diz o evangelho?
Se ainda não meu irmão e minha irmã, busque a verdadeira fonte que pode saciar sua sede de vida plena, que é o próprio Cristo, assumindo o compromisso de ser uma nova pessoa a partir desta quaresma.

Que Nossa Senhora, passe a frente mostrando o melhor caminho para encontrarmos o verdadeiro Amor.

Família: formadora de valores



Por Mariano Antonio Legeren, EP**

Um dos principais desafios que a família cristã enfrenta é o de formar a consciência moral dos filhos, numa época na qual os valores morais vão sendo diluídos. Isto torna muito mais importante do que nunca que os filhos sejam educados no amor à verdade objetiva – baseada na natureza humana e na lei revelada -, à justiça, à caridade e à pureza de corpo e de alma.

Dificilmente os mais jovens saberão resistir à onda hedonista e relativista sem o aprendizado em família, o exemplo e o apoio dos pais. Urge, portanto, recolocar a família em seu devido contexto, como lugar principal e privilegiado de formação e educação, transmissora das virtudes e valores.

A Exortação Apostólica Familiaris Consortio faz referência ao ensinamento de São Tomás de Aquino, para ressaltar a alta missão dos pais a esse propósito. “O dever educativo recebe do sacramento do matrimônio a dignidade e a vocação de ser um verdadeiro e próprio ‘ministério’ da Igreja a serviço da edificação dos seus membros.

Tal é a grandeza e o esplendor do ministério educativo dos pais cristãos, que São Tomás não hesita em compará-lo ao ministério dos sacerdotes: ‘Alguns propagam e conservam a vida espiritual com um ministério unicamente espiritual: é a tarefa do Sacramento da ordem; outros fazem-no quanto à vida corporal e espiritual o que se realiza com o Sacramento do matrimônio, que une o homem e a mulher para que tenham descendência e a eduquem para o culto de Deus’”.

É no lar, e somente ali, que se podem desenvolver “alguns valores fundamentais que são imprescindíveis para formar cidadãos livres, honestos e responsáveis, por exemplo, a verdade, a justiça, a solidariedade, a ajuda ao débil, o amor aos outros por si mesmos, a tolerância, etc.”

De pouco adiantará os governos se preocuparem em desenvolver o ensino, dotarem as escolas de equipamentos sofisticados e caros e investir na formação de professores, sem antes procurar fortalecer a instituição da família. Difícil será, sem a ajuda dela, combater a criminalidade, a corrupção e tantas outras mazelas.

A superação de todos os problemas da sociedade moderna – seja no nível psicológico, seja no social ou político – está condicionada, como vimos, à revitalização da sua célula básica: a família.

Porém, todos os esforços e as iniciativas humanas por fazer reflorescer esta instituição serão insuficientes sem que as bênçãos e a Graça de Deus se pousem sobre ela.

Só com a ajuda de Graças intimamente ligadas ao Sacramento do Matrimônio, a família poderá cumprir sua importante missão nesta Terra e preparar para o Céu as almas daqueles que a compõem.

Assim lembrou o Papa Bento XVI na clausura do V Encontro, celebrado em Valência, Espanha: “A família cristã – pai, mãe, filhos – está chamada a cumprir os objetivos assinalados não como algo imposto de fora, mas como um dom da graça do Sacramento do matrimônio infundida nos esposos. Se eles permanecerem abertos ao Espírito e pedirem a sua ajuda, Ele não deixará de lhes comunicar o amor de Deus Pai manifestado e encarnado em Cristo. A presença do Espírito ajudará os esposos a não perder de vista a fonte e medida do seu amor e entrega, e a colaborar com Ele para o refletir e encarnar em todas as dimensões da sua vida. Desta forma, o Espírito suscitará neles o anseio do encontro definitivo com Cristo na casa de seu Pai e nosso Pai”.

*Mariano Antonio Legeren, EP é sacerdote